“Educamos e ouvimos as crianças. Elas são pessoas cujo desenvolvimento apoiamos, mas que reconhecemos como interlocutores, com voz ativa. Conversamos com elas. A Catavento é um lugar humano. Como educadora, aqui, estou no céu”
Uma conexão. Um vínculo. Um elo. O que leva uma relação de encontro a acontecer? No caso da história da professora Marieli com a Escola Catavento, a primeira conexão foi tecnológica. “Vi a vaga em um grupo na rede social”, lembra. Mas assim que o encontro aconteceu presencialmente, um vínculo se constituiu com a naturalidade do que parece que “era pra ser” – ou que sempre foi, mas aconteceu na hora certa. “Saí da entrevista me sentindo muito bem, com uma sensação gostosa… fui muito bem recebida e não foi uma coisa formal, de RH. Tivemos uma conversa humana”, explica.
E talvez aí o elo tenha se constituído. Marieli conta que o que faz ela se identificar tanto com a proposta da Escola é justamente o lado “gente” da Catavento. “Aqui, educamos, e ouvimos as crianças. Elas são pessoas cujo desenvolvimento apoiamos, mas que reconhecemos como interlocutores, com voz ativa. Conversamos com elas”, explica. “As diretoras possuem contato direto com as famílias. Do portão às redes sociais, este vínculo é permanente”, diz. E além disso, aponta a professora, na Catavento “todo mundo cuida de todo mundo”.
Para ela, alguns valores fundamentais da educação infantil estão de alguma forma presentes na cultura da Catavento. É algo que não precisa ser necessariamente dito o tempo todo, mas que “paira” de alguma maneira no ar, na forma com que as pessoas se tratam, se cuidam, se respeitam e dialogam. No modo como enxergam a infância. “Essa infância de qualidade é necessária”, afirma. E está presente no cotidiano da Escola.
Um parâmetro para a educação infantil
Por ser humana, por ter este senso coletivo e por tratar as crianças com respeito, atenção e cuidado, a Catavento é, para Marieli “um parâmetro a ser seguido na educação infantil”.
Marieli acredita que educar é apostar na evolução das pessoas. “Estive em outras escolas, privadas e públicas, de Educação Infantil e de Ensino Fundamental. Vivenciei outros projetos de educação e posso afirmar que acredito que educar não é apenas um gesto de amor. Claro que devemos ser valorizados como profissionais que fazem seu trabalho. Mas educar não pode ser apenas um projeto comercial, para ganhar dinheiro”, afirma.
Ela conta que em outras experiências que teve, crianças de 3 ou 4 anos já eram condicionadas fisicamente a ficarem sentadas em cadeiras em torno das mesas e passavam por processos de “formalização” precoces da educação. “Criança tem que ficar de pé no chão, sem roupa em um dia quente e brincar”, diz. Por isso, ela afirma que na Catavento, “está no céu”.
Os olhos de Marieli marejam quando ela conta que o que mais gosta em seu trabalho é conversar com as crianças. E que na Catavento, ela tem tempo e espaço para isso. “Gosto de entrar no mundo deles, de ouvir o que tem a dizer. E de prestar atenção nos vocabulários. Eles tem um repertório fantástico. É uma oportunidade maravilhosa de respeitar cada indivíduo que eles são”, diz.
Um espaço de diálogo
Esta troca se estende à relação com os demais funcionários e com as diretoras. “Temos um canal muito aberto”, explica a diretora Luciana Morelli. E o vínculo que se formou desde a primeira conversa entre elas permanece ativo e sempre nutrido por confiança e interação. “É bom perceber quando este encontro é uma troca. Não apenas a funcionária incorporou a filosofia e os valores da escola, mas também contribui para que esta cultura esteja sempre viva, no cotidiano”, diz Luciana.
Ela conta que Marieli é colaborativa e valoriza a abertura que a Escola tem para dialogar, apontar questões, conversar, trazer dificuldades e tomar decisões. “Com pessoas assim, o dia-a-dia da escola flui”, aponta Luciana.
Marieli concorda e conta que este é um outro elemento positivo na Catavento. “Aqui, a gente não espera o problema acontecer. O cuidado é permanente. Cuidamos dos problemas, se eles acontecerem, mas cuidamos das relações e das crianças, em uma relação permanente de diálogo entre nós e nossa com as famílias”, conta, elogiando o sistema de “plantões de atendimento” que a escola tem com o objetivo acompanhar os alunos e alunas em seu dia-a-dia.
Luciana conta que esta fluidez, esta troca, este diálogo e toda a conexão que parecem tão naturais entre Marieli e a Catavento se convertem em muita alegria e no vínculo dela com as crianças. “Elas amam a Mari. E desde sempre. Sua chegada foi super suave e a adaptação super tranquila e hoje são loucos por ela”, diz.
Natural de Limeira, interior de São Paulo, Marieli conduz a turminha do GIII da Catavento desde o início de 2018. Ela é graduada em pedagogia pela Universidade Federal de São Carlos e pós-graduada em psicopedagogia construtivista pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.
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