“A Catavento é um lugar de aprendizado. Mas de um aprendizado diferente, porque se dá na convivência com todo mundo. Na abertura. No diálogo. Na confiança. Na amizade”.
Você acredita em acaso? Acredita que acaso e aleatório são a mesma coisa? Ou será que o universo é uma grande sinfonia e todos estamos conectados? E nesse sentido, coincidências não existem e existe apenas sincronicidade? A história de Eliana dos Prazeres com a Catavento é daquelas que nos fazem acreditar que os encontros estão sempre marcados. Seja no relógio, seja nas estrelas.
Ela trabalhou na escola em 1985, pouco tempo depois de a Catavento iniciar suas atividades. Ficou até 1986, atuando como apoio de serviços gerais e na cozinha. Desligou-se por problemas pessoais.
Em 1997, certo dia, em jornada pelas redondezas, resolveu passar na escola para uma visita. Edda Sammarone (uma das diretoras na época) estava no portão e a reconheceu. Era véspera do seu aniversário. E Eliana ganhou de presente o acaso. Ou a coincidência. Ou o que estava escrito nas estrelas.
Uma das funcionárias da escola estava se afastando por problema de saúde. Edda então a convidou para substituir a funcionária pelo período da licença. Ela aceitou o convite. Deste aniversário em que ganhou de presente um vínculo de toda uma vida até os dias de hoje já se vão 21 anos. “A Catavento enxergou em mim uma pessoa com potencial. Confiou no meu trabalho e me ajudou a crescer. Minha relação sempre foi de muito aprendizado. Mas de um aprendizado diferente, porque se dá na convivência com todo mundo. Na abertura. No diálogo. Na confiança. Na amizade”, conta Eliana.
Crescimento
Depois de 14 anos atuando na cozinha e nos serviços gerais, a escola reconheceu em suas características humanas um potencial. “Sempre depositamos muita confiança nela, por ser cuidadosa e dedicada; e por ter um trato muito carinhoso com as crianças. Ela é mãe e avó e trazia para nossos alunos este amor que tem em casa com sua família” conta a diretora da escola, Adelia Morelli.
Em 2012, Eliana foi promovida e tornou-se auxiliar de berçário. “O berçário envolve muitas responsabilidades. Uma coisa era ajudar as educadoras e servir as crianças, o que eu já fazia como ajudante de cozinha. Outra coisa é ter esta confiança do cuidado. Dos registros diários relacionados à rotina dos bebês, da atenção plena para eles, das brincadeiras, músicas, da presença. Foi uma expectativa grande, mas também um processo muito gratificante”, lembra.
Ela conta que estes anos todos de prática sustentam o seu conhecimento. “Sabemos que o jeito de educar evolui e temos que acompanhar este movimento. Aqui na escola eu fui aprendendo, por exemplo, que não basta apenas cuidar. É preciso estar atenta e sobretudo interagir e brincar com a criança”, diz.
Marcas da trajetória
Os olhos de Eliana brilham quando ela conta que a escola é sua vida. Ela passa praticamente todo o dia na Catavento. “O principal daqui é a convivência com todo mundo”, diz, sorrindo. Para ela, o ponto mais marcante da escola é a garra das diretoras. “Temos uma equipe que nos inspira”, reage Adelia.
Eliana sempre trabalhou em escolas. Começou sua carreira no colégio Pentágono. Tem quatro filhos, sendo três mulheres e um homem. Uma de suas filhas, Gisele, é educadora da Catavento e começou a trabalhar na escola aos 15 anos, como aprendiz. Ela é avó de quatro netos e um deles estuda na escola. Não é à toa que – quando questionada sobre uma palavra que diria ser sinônimo da Catavento – ela não hesita: “família”. E famílias não são obras do acaso. Famílias são escritas nas estrelas.